Do Ponto de Interrogação ao Ponto de Encontro: Uma Experiência Grupal em Psicoeducação
Palabras clave:
, psicoeducação, empoderamento, pesquisa-ação, aprendizagem colaborativa, esquizofrenia.Resumen
Este artigo tem como objetivo apresentar e discutir um processo de grupo psicoeducativo para portadores de esquizofrenia atendidos no Programa de Esquizofrenia (Proesq) da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) em parceria com a ABRE – Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Esquizofrenia. O grupo se desenvolveu no contexto das ações de um projeto de pesquisa participativa denominado “Estratégias favorecedoras do empoderamento de portadores de esquizofrenia” e teve como norteador dos encontros a série de livretos “Conversando sobre a Esquizofrenia” com temáticas construídas a partir de histórias de personagens que têm esquizofrenia, abordando como vivenciam e se relacionam com a doença e o impacto dessa em suas vidas. Ao final dos 13 encontros semanais, os participantes avaliaram que o processo os possibilitou melhor convivência com a doença, uma postura mais reflexiva em relação ao tratamento e à vida, sentirem-se empoderados e a diminuição do isolamento e auto-estigma, bem como pensar na possibilidade de novos projetos. O espaço de interlocução dos coordenadores e supervisores do projeto teve o objetivo de os ajudar a refletir sobre o processo grupal, avaliar a prática e capacitar os portadores e profissionais participantes para multiplicar a prática em outros serviços da rede pública de saúde mental. A experiência relatada neste artigo foca os processos envolvidos na realização de um grupo inovador e as complexidades de se construir uma prática em co-participação entre usuários e profissionais de saúde mental.
Descargas
Citas
Andersen, T. (1999). Processos Reflexivos. Rio de Janeiro: Instituto NOOS.
Anderson, H. (2011). Uma perspectiva colaborativa sobre ensino e aprendizado. Revista Nova Perspectiva Sistêmica, 41:35-53.
Anderson C. M., Gerard, E., Hogarty, G. E., Reiss, D. J. (1980). Family treatment of adult schizophrenic patients: a psychoeducational approach. Schizophrenia Bulletin, 6:490–505.
Assis, J. C., Villares, C. C. Serviço de orientação à esquizofrenia. (2006). In S. M. Malta, C. Attux & R. A. Bressan (Eds.). Esquizofrenia: integração clínico-terapêutica (pp. 167-181). São Paulo: Atheneu.
Assis, J. C., Villares, C. C., & Bressan, R. A. (2007a). Conversando sobre a esquizofrenia: entenda como ela acontece. Recuperado em 20, fevereiro, 2012, de http://www.abrebrasil.org.br/livretos/livreto1.pdf
Assis, J. C., Villares, C. C., & Bressan, R. A. (2007b). Conversando sobre a esquizofrenia: caminho até o diagnóstico. Recuperado em 20, fevereiro, 2012, de http://www.abrebrasil.org.br/livretos/livreto2.pdf
Assis, J. C., Villares, C. C., & Bressan, R. A. (2007c). Conversando sobre a esquizofrenia: a importância do tratamento. Recuperado em 20, fevereiro, 2012, de http://www.abrebrasil.org.br/livretos/livreto3.pdf
Assis, J. C., Villares, C. C., & Bressan, R. A. (2008a). Conversando sobre a esquizofrenia: estigma – como as pessoas se sentem. Recuperado em 20 fevereiro, 2012, de http://www.abrebrasil.org.br/livretos/livreto4.pdf
Assis, J. C., Villares, C. C., & Bressan, R. A. (2008b). Conversando sobre a esquizofrenia: o convívio familiar. Recuperado em 20 fevereiro, 2012, de http://www.abrebrasil.org.br/livretos/livreto5.pdf
Assis, J. C., Villares, C. C., & Bressan, R. A. (2008c). Conversando sobre a esquizofrenia: recuperação e novas perspectivas. Recuperado em 20 fevereiro, 2012, de http://www.abrebrasil.org.br/livretos/livreto6.pdf
Assis, J. C., Villares, C. C., & Bressan, R. A. (2008d). Entre a razão e a ilusão: desmistificando a loucura. São Paulo: Segmento Farma, 2008.
Bauml, J., Froböse, T., Kraemer, S., Rentrop, M., & Pitschel-Walz, G. (2006). Psychoeducation: a basic psychotherapeutic intervention for patients with schizophrenia and their families. Schizophrenia Bulletin, 32 (Suppl1):S1-S9.
Bergman, P. L., & Luckmann T. (2008). A construção social da realidade. Petrópolis: Editora vozes. (Obra original publicada em 1967)
Bertalanffy, L. B. (2008). Teoria Geral dos Sistemas. Petrópolis: Editora Vozes. (Obra original publicada em 1968)
Bornheim, G. A. (1973). Introdução ao filosofar: o pensamento filosófico em bases existenciais. São Paulo: Editora Globo.
Bressan, R. A., & Elkis, H. (2007). Esquizofrenia refratária. São Paulo: Segmento Farma.
Carvalho, S. R. (2004). Os múltiplos sentidos da categoria “empowerment” no projeto de promoção à saúde. Cadernos de Saúde Pública, 20(4):1088-1095.
Delgado, P. G. G., Schechtman, A., Weber, R., Amstalden, A. F., Bonavigo, E., Cordeiro, F. et al. (2007). Reforma psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil. In M. F. Mello, A. A. F. Mello, & R. Kohn (Orgs.). Epidemiologia da saúde mental no Brasil (pp. 39-84). Porto Alegre: Artmed.
Dixon, L., Lucksted, A., Stewart, B., Burland, J., Brown, C. H., Postrado, L., McGuire, C., & Hoffman, M. (2004). Outcomes of the peer-taught 12-week family-to-family education program for severe mental illness. Acta Psychiatrica Scandinavica, 109:207–15.
Donley, J. E. (1911). Psychoterapy and re-education. Journal of Abnormal Psychology, 6(1):1-10.
Freire, P. (2006a). Educação como prática da liberdade. São Paulo: Paz e Terra. (Obra original publicada em 1965)
Freire, P. (2006b). Pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz e Terra. (Obra original publicada em 1968)
Freire, P. (2007). Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra. (Obra original publicada em 1996)
Fuks, S. (2009). FSPC: La facilitación sistémica de procesos colectivos. “Artesanía de contextos” focalizada en la promoción de la creatividad y de los procesos participativos en grupos, comunidades y redes. Revista IRICE, 20: 63-76.
Gergen, K., & Gergen, M. (2010). Construcionismo social: um convite ao diálogo. Rio de Janeiro: Instituto Noos.
Gergen, K., & Warhuus, L. (2007). Terapia como construção social: características, reflexões, evoluções. In M. M. Gonçalves, & O. F. Gonçalves (Orgs.). Psicoterapia, discurso e narrativa: a construção conversacional da mudança (pp. 29-65). Coimbra: Quarteto Editora.
Heidegger, M. (2006). Ser e tempo. Petrópolis: Vozes. (Obra original publicada em 1927)
Lincoln, T. M., Wilhelm, K., & Nestoriuc, Y. (2007). Effectiveness of psychoeducation for relapse, symptoms, knowledge, adherence and functioning in psychotic disorders: A meta-analysis: Schizophrenia Research, 96(1-3):232-245.
Macpherson, R., Jerrom, B., & Hughes, A. (1996). A controlled study of education about drug treatment in schizophrenia. British Journal of Psychiatry, 168:709-717.
Malta, S. M., Attux, C., & Bressan, R. A. (2007). Esquizofrenia: integração clínico-terapêutica. São Paulo: Atheneu.
Martini, L. C., & Assis J. C. (2007). Qualidade de vida e esquizofrenia. SNC Em Foco, 3(1): 2-7.
Morin, E. (2002). O problema epistemológico da complexidade. Lisboa: Publicações Europa-América.
Moura, C. A. R. (1981). Crítica da razão na fenomenologia. Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo.
National Collaborating Centre for Mental Health [NICE]. (2003). Schizophrenia: full national clinical guideline on core interventions in primary and secondary care. Gaskell: London.
Quine, W. V. O. (2010). Palavra e Objeto. Petrópolis: Editora Vozes.
Rasera, E. F., & Japur, M. (2007). Grupo como construção social: aproximações entre construcionismo social e terapia de grupo. São Paulo: Vetor.
Rummel-Kluge, C., & Kissling, W. (2008). Psychoeducation in schizophrenia: new developments and approaches in the field. Current Opinions in Psychiatry, 21:168–172.
Sartorius, N., & Schulze, H. (2005). Reducing the stigma of mental illness. Cambridge: Cambridge University Press.
Sartre, J. P. (2005). O ser e o nada: ensaio de ontologia fenomenológica. Petrópolis: Vozes. (Obra original publicada em 1943)
Schön, D. (2000). Educando o profissional reflexivo: um novo design para o ensino e a aprendizagem. Porto Alegre: Artmed.
Shirakawa, I., Chaves, A. C., & Mari, J. J. (Orgs.). (2001). O desafio da esquizofrenia. São Paulo: Lemos Editorial.
Shirakawa, I. (Org.). (2007). Esquizofrenia: adesão ao tratamento. São Paulo: Lemos Editorial.
Spink, M. J. (2004a). Linguagem e produção de sentido no cotidiano. Porto Alegre: EDIPUCRS.
Spink, M. J. (Org.) (2004b). Práticas discursivas e produção de sentido no cotidiano. São Paulo: Cortez.
Villares, C. C. (2006). A criatividade como postura em ações para gerar transformação social. Revista Nova Perspectiva Sistêmica, 26:65-75.
Villares, C. C., Redko, C. P., & Mari, J. J. (1999). Concepções de doença por familiares de pacientes com diagnóstico de esquizofrenia. Revista Brasileira de Psiquiatria, 21:36-47.
Xia, J., Merinder, L. B., Belgamwar, M. R. (2011). Psychoeducation for schizophrenia. Cochrane Database of Systematic Reviews, Jun 15(6):CD002831.
Yalon, I. D., Leszcs, M. (2006). Psicoterapia de grupo: teoria e prática. Porto Alegre: Artmed.
Wagner, L. C., King, M. (2005). Existential needs of people with psycchotic disorders in Pôrto Alegre, Brasil. British Journal of Psychiatry, 186:141-145.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (2007). WHO-AIMS Report on mental health system in Brazil. Brasília: WHO.
Descargas
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma Licença Creative Commons Attribution após a publicação, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).