Uma análise psicossocial de experiências de violência homofóbica vividas por jovens LGBT no período escolar
Abstract
A escola é um lugar em que jovens LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) enfrentam, sistematicamente, discriminação por parte dos colegas, professores, dirigentes e servidores escolares. Em contrapartida, a escola é um local privilegiado de implantação de políticas públicas que promovam a saúde de crianças, adolescentes e jovens. O presente artigo discute as percepções que jovens LGBT construíram acerca das situações de violência homofóbica vividas em seu período escolar e apresenta, por meio de relatos de história oral, uma pesquisa de iniciação científica realizada com jovens LGBT do município de Juiz de Fora, Minas Gerais. A coleta de dados contemplou ferramentas da história oral, utilizando-se de entrevistas semi-estruturadas. A análise foi desenvolvida pela metodologia de análise do discurso de orientação foucaultiana. Os resultados constatam que a homofobia, enquanto sistema de opressão e de hierarquias, atravessa as relações escolares de modo a naturalizar e invisibilizar as situações de violência vivenciadas.
Downloads
References
Abramovay, M., Cunha, A. L., & Calaf, P. P. (2009). Revelando tramas, descobrindo segredos: violência e convivência nas escolas. Brasília: Rede de Informação Tecnológica Latino-americana_RITLA, Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal_SEEDF.
Allen, L., Glicken, A., Beach, R., & Naylor, K. (1998). Adolescent Health Care Experience of Gay, Lesbian, and Bisexual Young Adults. Journal of Adolescent Health, 23(4), 212-220.
Altmann, H. (2003). Orientação sexual em uma escola: recortes de corpos e de gênero. Cadernos Pagu, 21, 281-315.
Aun, J., Vasconcelos, M. J., & Coelho, S. V. (2005). Atendimento sistêmico de famílias e redes sociais. Belo Horizonte: Ophicina de Arte e Prosa.
Borrillo, D. (2001). Homofobia. Barcelona: Ediciones Bellaterra.
Bosi, E. (2003). O tempo vivo da memória: ensaios de psicologia social. São Paulo: Ateliê Editorial.
Brasil. Ministério da Educação e do Desporto. (1997). Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental; temas transversais. Brasília, DF.
Butler, J. (1997). The psychic life of power-theories in subjection. California: Stanford University Press.
Butler, J. (2005). Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
Butler, J. (2006). Défaire le Genre. Paris: Editions Amsterdam.
Castro, M. G., Abramovay, M., & Silva, L. B. (2004). Juventudes e sexualidade. Brasília, DF: Unesco.
Chaui, M. (2007). Brasil: mito fundador e sociedade autoritária. São Paulo: Fundação Perseu Abramo.
Dabas, E., & Najmanovich, D. (Orgs.). (1995). Redes: el lenguage de los vínculos hacia la reconstrucion y el fortalecimento de la sociedade civil. Buenos Aires: Paidós.
Soares, M., Feijó, M. R., Valério, N. I., Siquieri, C. L. S. M., & Pinto, M. J. C. (2011). O apoio da rede social a transexuais femininas. Paidéia, 21(48), 83-92.
Dias, M. B. (2006). União homossexual: o preconceito & a justiça. (3a Ed). Porto Alegre: Livraria do Advogado. Eribon, D. (2008). Reflexões sobre a questão gay. Rio de Janeiro: Editora Companhia de Freud.
Esteves de Vasconcellos, M. J. E. (2005). Pensamento sistêmico novo-paradigmático: novo paradigma por quê? In J. G. Aun, M. J. Esteves de Vasconcellos, & S. V. Coelho (Orgs.), Atendimento de famílias e redes sociais: fundamentos teóricos e epistemológicos (pp. 71-142). Belo Horizonte: Ophicina da Arte & Prosa.
Feijó, M. R. (2002). Roupa suja só se lava em casa? A importância da rede social no trabalho psicoterapêutico. Dissertação de mestrado não publicada, Pontifícia Universidade Católica, São Paulo.
Foucault, M. (1992). Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Edições Graal.
Foucault, M. (2002). Os anormais: curso no Collège de France (1974-1975). São Paulo: Martins Fontes.
Foucault, M. (2006). História da sexualidade: a vontade de saber. Rio de Janeiro: Edições Graal.
Gimeno Sacristán, J., & Peréz Goméz, A. I. (2000). As funções sociais da escola: da reprodução à reconstrução crítica do conhecimento e da experiência. Compreender e transformar o ensino. Porto Alegre: ARTMED.
Gomes, N. L. (2002). Trajetórias escolares, corpo negro e cabelo crespo: reprodução de estereótipos ou ressignificação cultural? Revista Brasileira de Educação, 21: 40-51.
Grandesso, M. (2000). Sobre a reconstrução do significado: Uma análise epistemológica e hermenêutica da prática clínica. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Junqueira, R. (2007) O reconhecimento da diversidade sexual e a problematização da homofobia no contexto escolar. Anais do Seminário Corpo, Gênero e Sexualidade: discutindo práticas educativas, Rio Grande, RS, Brasil, 3.
Lancaster, R. (1999). “That we should all turn queer?”: homosexual stigma in the making of manhood and the breaking of a revolution in Nicaragua. In R. Parker, & P. Aggleton (Orgs.) Culture, society and sexuality: a reader (pp. 97-115). Londres: UCL.
Louro, G. L. (1999). Pedagogias da sexualidade. In G. L. Louro. (org). O corpo educado. Belo Horizonte: Autêntica.
Marra, C., & Feijó, M. R. (2004). Mapas das redes culturais: Um instrumento para o trabalho com famílias e casais em contexto de migração. Família e Comunidade, 1(2), 26-42.
Marre, J. (1991). História de vida e método biográfico. Cadernos de Sociologia, 3(3), 89-141.
Martins, D. A. (2010). Os paradoxos da experiência do armário entre jovens gays e lésbicas: um estudo psicossocial. Belo Horizonte. Dissertação de mestrado. Programa de Pós-graduação em Psicologia. Universidade Federal de Minas Gerais.
Meihy, J.C.S.B. (2002). Manual de história oral. São Paulo: Loyola.
Meyer, Z.M., & Borges, D.E. (2008). Limites e possibilidades de uma ação educativa na redução da vulnerabilidade à violência e à homofobia. Ensaio: Aval. Pol. Públ. Educ., 16(58), p. 59-76.
Parker, R., Pimenta, C., & Terto Jr., V. (Orgs.) (2004). Homossexualidade: produção cultural, cidadania e saúde (pp. 84-94). Rio de Janeiro: ABIA.
Pocahy, F. A., & Nardi, H. C. (2007). Saindo do armário e entrando em cena: sexualidades, juventudes e vulnerabilidades sociais. Revista Estudos Feministas, 15, 45-66.
Prado, M. A., & Machado, F. V. (2008). Preconceito contra homossexualidades: a hierarquia da invisibilidade. São Paulo: Cortez Editora.
Perucchi, J. (2012) Para uma análise sobre a incorporação de disposições normativas de prescrição dos corpos na contemporaneidade. Bagoas, 6(7), 81-97.
Rios, R.R. (2001) A discriminação por gênero e por orientação sexual. Seminário Internacional as minorias e o Direito. Brasília. Recuperado em 07 de agosto, 2012, de http://www.cjf.jus.br/revista/seriecadernos/vol24/artigo05.pdf. p.156.
Rios, L. (2003). Parcerias e práticas sexuais de jovens homossexuais no Rio de Janeiro. Cadernos Saúde Pública, 19(2), 223-232.
Rios, L. (2004). O Feitiço de Exu – Um estudo comparativo sobre parcerias e práticas homossexuais entre homens jovens candomblecistas e/ou integrantes da comunidade entendida do Rio de Janeiro. Tese de doutorado. Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva. Rio de Janeiro. Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Rubin, G. (1993). Thinking sex: Notes for a radical theory of the politics of sexuality. Lesbian and gay studies reader. Nova York: Routledge.
Sedgwick, E. K. (2007). A epistemologia do armário. Cadernos Pagu, 28, 19-54.
Silva, C., Gonçalves, D., Pacca, J., & Hearst, N. (2004). Jovens homens que fazem sexo com homens – comportamento sexual e antirretrovirais em São Paulo. In: Rios, L. F.; Almeida, V.; Parker, R., Pimenta, C., Terto Jr., Veriano. Homossexualidade: produção cultural, cidadania e saúde. Rio de Janeiro: ABIA.
Sluzki, C. E. (1998). A rede social na prática sistêmica: alternativas terapêuticas. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Soares, M.; Feijó, M.R.; Valério, N.I; Siquieri, C.L.S.M., & Pinto, M.J.C. (2011). O apoio da rede social a transexuais femininas. Paidéia, 21(48), 83-92.
Souza, E. (2006). Marcadores sociais da diferença e infância: relações de poder no contexto escolar. Cadernos Pagu, 26, 169-199.
Taquette, S., Vilhena, M., Santos, Ú., & Barros, M. (2005). Relatos de experiência homossexual em adolescentes masculinos. Ciência e saúde coletiva, 10(2), 399-407.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma Licença Creative Commons Attribution após a publicação, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
