Gênero, cultura e rede social: a construção social da desigualdade de gênero por meio da linguagem

Autores

  • Marianne Feijó
  • Rosa Maria Stefanini de Macedo

Palavras-chave:

gênero, cultura, rede social, linguagem

Resumo

Baseado na visão sistêmico-cibernética- -novo paradigmática e no construcionismo social, o presente artigo é um convite à reflexão sobre a importância da linguagem na manutenção e na possibilidade de mudança de padrões relacionais desiguais entre pessoas, principalmente ligados às questões de gênero. Estudos sobre a linguagem e sobre o comportamento verbal das mulheres e dos homens, além das representações destes na mídia, servem de exemplos para evidenciar a necessidade aqui defendida de mudança nos padrões de desigualdade pautados em diferenças de gênero, que influenciam e sofrem influência da cultura, transmitida em nossas redes sociais, marcando posições privilegiadas segundo a tipificação sexual na sociedade. Este artigo é uma contribuição para o trabalho clínico com famílias e casais, do ponto de vista dos comportamentos correntes baseados em bordões veiculados pela mídia que se tornam populares, uma vez que se baseia em observações de situações clínicas e não clínicas sobre relações humanas e sobre a representação destas na mídia e nas produções artísticas.

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Biografia do Autor

Marianne Feijó

Coordenadora do projeto de mediação de conflitos da fundação Gol de Letra, professora assistente, doutora da Unesp-Bauru, professora e supervisora dos cursos de mediação da PUC-SP/Cogeae, Terapia Familiar e Intervenção Sistêmica da PUC-SP, Famerp, FTSA e Unifesp.

Rosa Maria Stefanini de Macedo

Psicóloga, profª titular do Programa de Estudos Pósgraduados em Psicologia Clínica da PUC-SP, líder do Núcleo de Família e Comunidade da Anpepp

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Como Citar

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Artigos